Valor do leite registra alta pelo 8° mês consecutivo
A oferta nacional de leite aumentou acima do esperado e o preço subiu pelo oitavo mês consecutivo em junho, mas com menor intensidade (1,3%). As informações foram divulgadas em pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada(Cepea), da Universidade de São Paulo (USP).
A ‘Média Brasil’ no preço do produto foi de R$ 2,7524/litro – 3,25% maior que a de junho do ano passado. Desde janeiro, o valor do leite pago ao produtor acumula avanço real de 32,1%.
Porém, a média do primeiro semestre, de R$ 2,46/litro, fica 14,3% abaixo do mesmo período em relação ao ano anterior, com os valores deflacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de junho.
Apesar do atraso da safra no Sul e da seca no Sudeste e Centro-Oeste, a pecuária leiteira se fortalece graças aos investimentos de produtores em nutrição animal, impulsionados pela melhora da rentabilidade nos últimos meses.
O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 4,14% em junho, puxado pela alta média de 7,2% nos estados do Sul e de cerca de 2% nos outros estados da ‘Média Brasil’.
Além do aumento na produção interna, houve alta de 22% nas importações de lácteos de maio para junho, totalizando cerca de 182 milhões de litros em equivalente leite, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
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Mesmo que essa quantidade seja quase 14% menor que a internalizada no mesmo período do ano passado, ao considerar o primeiro semestre do ano, as compras externas ainda estão 1,4% maiores.
Além disso, a dificuldade das indústrias em garantir margem nas vendas dos lácteos ao longo do primeiro semestre é um fator importante que influencia na queda do ritmo de valorização do leite cru.
As pesquisas mostram que houve altas de 6,6% no preço médio do UHT, de 4,1% para a muçarela e de 2,5% para o leite em pó fracionado (400g) negociado entre indústrias e atacado em São Paulo em junho.
Apesar das variações mensais positivas, as elevações se concentraram majoritariamente na primeira quinzena do mês, visto que, a partir da segunda metade do período, houve aumento da pressão dos canais de distribuição sobre as negociações.
Ainda que a tendência sazonal sinalize a persistência do movimento de alta do leite ao produtor até agosto, é possível que esse não seja o comportamento dos preços em 2024. A expectativa, de acordo com os estudos, é de que o terceiro trimestre seja marcado pelo recuo das cotações do leite cru.
Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de junho/2024)
Fonte: Catve.com