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Dólar opera em alta e encosta nos R$ 5,79, com risco fiscal brasileiro e dados da economia dos Estados Unidos

O dólar opera em alta nesta quarta-feira (30), com o mercado ainda cauteloso com o risco fiscal brasileiro, depois do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmar, na véspera, que não há previsão para divulgação do novo pacote com corte de gastos.

Além disso, investidores também ficam de olho em alguns dados econômicos importantes, com destaque para o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que veio abaixo do esperado. Na leitura da primeira estimativa para o terceiro trimestre, o PIB americano cresceu 2,8%, contra expectativas de alta de 3,0%.

Dados do mercado de trabalho, no entanto, mostraram uma geração de vagas muito acima do esperado em outubro, o que volta a reforçar as dúvidas sobre quais serão os próximos movimentos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) com a condução das taxas de juros.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Dólar

Às 09h50, o dólar subia 0,45%, cotado a R$ 5,7869. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7889. Veja mais cotações.

No dia anterior, a moeda avançou 0,92%, cotada a R$ 5,7610, atingindo o maior patamar desde 30 março de 2021, quando fechou a R$ 5,7613. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7666.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,99% na semana;
  • avanço de 5,77% no mês;
  • ganho de 18,72% no ano.

Ibovespa

O Ibovespa começa a operar às 10h.

Na véspera, o índice encerrou em baixa de 0,37%, aos 130.730 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,64% na semana;
  • perdas de 0,82% no mês;
  • recuo de 2,58% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

Embora a primeira leitura do PIB dos Estados Unidos tenha mostrado um resultado levemente abaixo do esperado, ainda revela um crescimento forte da maior economia do mundo, ao mesmo tempo em que o mercado de trabalho segue aquecido.

O relatório ADP, divulgado nesta quarta, mostrou que o país gerou 233 mil novas vagas de emprego privado em outubro, mais do que as 159 mil registradas em setembro e muito acima das expectativas do mercado financeiro, de 110 mil.

Um mercado de trabalho aquecido pode ser um fator de pressão inflacionária, justamente em um momento em que o Fed iniciou um ciclo de cortes nos juros depois da inflação mostrar certo alívio. No entanto, com a atividade econômica ainda forte, investidores acreditam que o BC americano possa reduzir a magnitude dos cortes, derrubando os juros de forma mais lenta.

Em sua última reunião, em setembro, o Fed cortou as taxas em 0,5 ponto percentual, para um patamar entre 4,75% e 5,00% ao ano. Agora, o mercado acredita que os novos cortes devam ser de 0,25 ponto percentual.

Um queda de juros menos intenda nos Estados Unidos pode manter o preço do dólar elevado no Brasil, principalmente em um momento em que as atenções se voltam para as contas públicas e o risco fiscal do país.

Nas últimas semanas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou que a equipe econômica poderia lançar novas medidas estruturais para reduzir os gastos públicos após as eleições municipais.

Nesta terça-feira (29), porém, o ministro afirmou que não há previsão para divulgação do novo pacote fiscal com corte de despesas públicas.

Agora, encerradas as eleições, o mercado espera por mais informações de quando e como esses cortes devem acontecer. Segundo o blog do Valdo Cruz, agentes financeiros disseram que, para ter credibilidade, esse pacote precisaria indicar cortes entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões nos gastos públicos.

A ideia é que o tamanho do ajuste fiscal fique em torno de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Nesta terça-feira (29), o ministro da Fazenda chegou a afirmar que tem uma série de reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao longo desta semana, mas reiterou que ainda não há previsão para a divulgação das medidas.

“Não tem uma data, ele [Lula] que vai definir. Mas a gente está avançando a conversa, estamos falando muito com o [Ministério do] Planejamento também”, afirmou Haddad em conversa com jornalistas.

A equipe econômica vem sendo pressionada a adotar iniciativas pelo lado das despesas. O tema também tem sido abordado frequentemente pelo Banco Central do Brasil (BC) como fator de influência na política monetária.

Na segunda-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, voltou a afirmar que se o Brasil quiser ter juros estruturalmente mais baixos, precisará apresentar medidas que sejam interpretadas como um choque fiscal positivo. As falas aconteceram em uma reunião com investidores realizada pelo Deutsche Bank, em Londres.

Fonte: G1

Redação São Lourenço Agora

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