Caso Isis: Justiça decide se acusado de matar adolescente grávida que desapareceu vai a júri popular

Foto: RPC Ponta Grossa
A Justiça começou nesta segunda-feira (21) a ouvir testemunhas para decidir se Marcos Vagner de Souza, réu pelo homicídio da adolescente grávida que desapareceu Isis Victoria Mizerski, vai a júri popular. As sessões são realizadas em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná.
Nas chamadas audiências de instrução e julgamento, foram ouvidos a mãe da adolescente de 17 anos, Flávia Mizerski; Rodrigo Mizerski, tio de Isis; uma amiga da jovem; e uma enfermeira que, segundo as investigações, foi procurada pelo réu na época do crime.
Isis sumiu em junho, em Tibagi, após sair para encontrar Marcos, apontado como pai do bebê. Apesar de o corpo dela não ter sido encontrado, a Polícia Civil acredita que ela foi assassinada.
Marcos está preso e é réu por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e aborto provocado sem o consentimento de Isis. Ele diz ser inocente.
Nesta segunda, a mãe de Isis usou uma camiseta estampada com a foto da filha e a frase “promessa de Deus”. Em entrevista à RPC, Flávia disse que a família está ali representando a voz da menina. Veja o depoimento acima.
“O sentimento no momento é o sentimento de que nós viemos aqui buscar uma vitória por algo, uma resposta e crendo que a gente vai sair daqui com a justiça feita. […] Não há palavras que possam suprir essa dor, então, a gente só veio buscar justiça e nós estamos aqui como voz da Isis.”
Ao longo da semana, devem ser ouvidas, ao todo, 16 testemunhas de acusação e duas de defesa. Marcos Vagner de Souza vai acompanhar todas as audiências e será interrogado por último.
Na sequência, os advogados dele e da família de Isis terão 20 minutos cada. Ao fim, o juiz responsável deve decidir se o caso irá ou não a júri popular.
Caso Isis
De acordo com o delegado Matheus Campos Duarte, Isis e Marcos tiveram relações sexuais entre abril e maio de 2024 e a adolescente engravidou do vigilante.
Semanas depois, ela começou a desconfiar da gestação e, em 3 de junho, contou para Marcos das suspeitas, afirma o delegado. As investigações apontam que ele pediu que ela fizesse um teste, que confirmou a gravidez.
O delegado afirma que os dois saíram para se encontrar em 6 de junho – dia em que Isis desapareceu.
As investigações reuníram imagens de câmeras de segurança que mostram Marcos em uma farmácia dois dias antes do sumiço. Três testemunhas afirmaram, em depoimento, que ele as procurou para tentar comprar remédios abortivos.
Vídeos e registros da localização do celular de Marcos na noite do desaparecimento e nos dias seguintes também contribuíram para aumentar as suspeitas de crimes.
Fonte: G1