Médico acusado de matar homem em acidente diz que não estava em alta velocidade
O médico Leonardo Guandalini, de 26 anos, negou, durante interrogatório à Justiça, que dirigia em alta velocidade quando atingiu o carro de Mário Laurentino Lisboa, de 49 anos, que morreu. Veja acima.
O acidente foi em maio de 2022, na rotatória do cruzamento das Avenidas Maringá com Castelo Branco, em Londrina, norte do Paraná. Na época, ele era estudante de medicina.
Segundo a Polícia Civil, Leonardo avançou a preferencial e acertou o veículo de Mário, que contornava a rotatória e capotou por causa da batida.
Ele morreu no local. O médico chegou a ser preso, mas ganhou a liberdade após pagar uma fiança de R$ 20 mil.
A versão de Leonardo, dada à Justiça no final de setembro deste ano, contradiz a perícia do Instituto de Criminalística.
O exame apontou que o carro dele estava a 118 km/h, velocidade 136% acima do máximo permitido na Avenida Maringá, que é de 50 km/h.
“Discordo plenamente do vídeo, tanto que contratamos um perito para mostrar isso. Nunca acostumei a andar em alta velocidade, nunca tive nenhum tipo de problema com a alta velocidade, tanto é que ali tem um radar, que teria me pego se eu estivesse em alta velocidade, como estão tentando colocar”, disse ao juiz.
O chefe da Criminalística em Londrina, Luciano Bucharles, que fez o laudo, disse que calculou a velocidade a partir do vídeo de uma imagem de câmera de segurança de um estabelecimento da via.
Durante o interrogatório, Leonardo Guandalini também negou que conduzia o carro embriagado. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) e a polícia dizem que ele ingeriu bebida alcoólica.
Leonardo estava em um bar antes do acidente. Em depoimento à polícia, testemunhas confirmaram que o jovem consumiu bebidas alcoólicas e gastou mais de R$ 1 mil no estabelecimento.
“A única coisa que tomei foi energético. Não fiz uso de bebida alcoólica”, comentou.
O advogado Mário Barbosa, que representa a família da vítima, disse acreditar que Leonardo será submetido a júri popular.
Em nota, a defesa do médico informou que confia na Justiça e que vai se manifestar somente no processo.
Réu no processo
O médico responde por homicídio simples na modalidade dolosa, quando há intenção de matar. A Justiça aceitou a denúncia do caso em agosto de 2023.
Pela classificação do crime, o processo tramita na 1ª Vara Criminal de Londrina, onde Leonardo pode ir a júri popular.
O juiz ainda não decidiu se o caso vai a julgamento. Ele abriu prazo para que o Ministério Público e a defesa do réu apresentem as alegações finais, e só depois vai tomar a decisão.
Fonte: G1